Tarde demais para ajustes de última hora.
A noite já segue mapeada pelas luzes e o silêncio embala algumas danças de lá.
Os anseios já não são as únicas atrações daqui, agora, noções controvertidas entram sem pedir licença.
Coloco a pressa para dormir e rasgo a noite distraindo a saudade.
Lá fora, a lua é cheia e não é difícil perceber que eu tento não deixar sombras no asfalto úmido.
Eu finjo ter calma nas curvas e distração nas retas, enquanto o orvalho cristaliza e avança sem ponderar. Tentando decifrar as normas, adormecendo os medos e calando um amor antigo.
Convencida pelo cheiro de poeira que encapa as lembranças, desperto algumas letras sem rimas que, perdidas, tentam remodelar alguns anseios e pilhar outros poemas, enquanto a imaginação decifra um novo enredo e projeta um drama solitário.